Ainda não tenho aquelas mãos cansadas
Um dia virei a ter
Ainda não tenho as veias azuis à mostra
Um dia virei a ter
Ainda não tenho a cabeça branca
Um dia virei a ter
Ainda não esqueci que te amo
Um dia virei a esquecer
A olhar para ti
Sem te reconhecer
Um dia tu e eu
Havemos de envelhecer
E morrer
Helena
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
sábado, 19 de janeiro de 2013
Chocolates
Estavam lá
Na montraAo meu alcance.
Brancos, castanhos, pretos.
Naturais
Ou de mistura.
Os chocolates
Como nós
As pessoas
Estão na montra,
Ao nosso alcance.
Helena
Tempos difíceis
Era um tempo difícil,
Aquele da adolescência.Tudo era incipiente,
Desde o rosto,
Ao corpo,
À mente.
Um dia havia de ser adulta,
Para me libertar de peias,
Pensava, segura.
Agora, que sou crescida,
As peias são bem maiores.
E as angústias mais sentidas.
O futuro, esse é mais curto,
O presente não agrada
As dores são mais profundas
E a morte está mais perto.
Helena
As contas de Deus
Quantos homens terá ela amado?
É difícil saber
Duns gostou muito,É difícil saber
Por outros apaixonou-se,
Com alguns apenas dormiu.
Mas todos são lembrados,
Como o sal que tempera
A pimenta que estimula
O ácido que corta
A doçura excessiva.
Quantos homens terá ela amado?
Muitos ou poucos,
Todos tiveram importância.
Mas amado, amado,
Dois? Três, talvez.
Que é a conta que Deus fez!
Helena
Amor ferido
No teu corpo me anichei
Quando a ti me entreguei
E menina mulher me fiz.
Nesse corpo de petiz
Quantas noites de amor
Quantos beijos te dei
Quanto desejo saciei.Quando a ti me entreguei
E menina mulher me fiz.
Nesse corpo de petiz
Quantas noites de amor
Quantos beijos te dei
Mas, um dia veio a dor,
Pequena, mesquinha.
Sem valor.
Que me fez esquecer
O teu amor
Que me impediu de perdoar
O deslize.
Para só lembrar
A raiva, o orgulho,
O amor ferido
De quem se arroga, afinal
O direito de possuirE de não partilhar.
Helena
A mulher do espelho
O que é que o espelho nos mostra?
O que somos hoje ou o que fomos ontem?
Nunca sei.
Porque a mulher que eu vejo
Não é a mulher que eu sou.
E a mulher que eu sou,
Nenhum espelho mostra.
O espelho inverte a imagem
Por isso aquela que ali está
É outra que, até não existe
Em mim.
Mas que os outros julgam ser eu.
Helena
O que somos hoje ou o que fomos ontem?
Nunca sei.
Porque a mulher que eu vejo
Não é a mulher que eu sou.
E a mulher que eu sou,
Nenhum espelho mostra.
O espelho inverte a imagem
Por isso aquela que ali está
É outra que, até não existe
Em mim.
Mas que os outros julgam ser eu.
Helena
Ainda hoje
Gosto de passear ao vento,
Recorda-me de quando te conheci.
Chovia e fazia frio, lembras-te?
Quantas juras fizemos,
Quantas promessas de amor.
Fomos felizes ou apenas eu fui feliz?
Ainda hoje não sei,
Ainda hoje gostava de saber,
Mas já ninguém me diz...
Helena
Recorda-me de quando te conheci.
Chovia e fazia frio, lembras-te?
Quantas juras fizemos,
Quantas promessas de amor.
Fomos felizes ou apenas eu fui feliz?
Ainda hoje não sei,
Ainda hoje gostava de saber,
Mas já ninguém me diz...
Helena
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